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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Amanhã estréia - O ciclo em movimento

O ciclo em movimento será um programa produzido aos moldes televisivos pra ser exibido via internet, quinzenalmente aos sábados neste blog.
No programa exibiremos entrevistas com artistas de diversas vertentes e cobertura de eventos culturais (shows, peças de teatro, exposições, etc...).
O objetivo é incentivar a criatividade e a difusão da produção artística, utilizando as mídias alternativas como veículo de interação.

Muito formal esse release, né?

Veja o vídeo teaser para descontrair.




O CICLO EM MOVIMENTO
ESTRÉIA AMANHÃ, NESTE ENDEREÇO
CONVIDADO: BANDA CAETANO


O MOVIMENTO É ESSE!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Teatro de Quinta - Por Sidmar Gianette

Anatomia Frozen com canudinho
Aporta no Recife nesta quinta e sexta-feiras a peça Anatomia Frozen, da Cia. Razões Inversas. O espetáculo é uma adaptação do texto Frozen da autora inglesa Bryony Lavery com direção de Marcio Aurélio, e conta com o mesmo elenco de Agreste, a aclamada produção anterior da companhia. Os atores Joca Andreazza e Paulo Marcelo trazem à cena dessa vez três personagens; uma psicóloga buscando comprovar sua teoria, um pedófilo-serial-killer e a mãe da garota Nina, uma das vítimas deste último. A trama se desenvolve entre pequenos monólogos destes três personagens que trazem à tona seus mundos interiores, e interações entre estes em seus relacionamentos doutora-paciente e assassino-vítima, colocando o foco principal na psiquê do assassino e o que o leva a cometer tais crimes (tá, eu paro de contar a peça por aqui). O cenário não passa de um fundo branco com três cadeiras, e o figurino também é branco, com poucos acessórios vestidos em cena, construindo um espaço que lembra a frieza de um manicômio judiciário de primeiro mundo, aqueles de parede acolchoada e loucos em camisas-de-força batendo-se nelas. A encenação foca-se então, pela ausência de elementos, na atuação dos atores (concentradas e sóbrias, por sinal) e na agilidade do texto ditado pelos atores. Aclamada por vejinhas, folhas de SP e bravos da vida, a peça já levou o APCA do ano passado de melhor direção, e aproveita este ano pra passear pelo país. Se você não puder ir neste fim-de-semana ao Teatro Apolo, não fique triste, a produção deve voltar ao Recife na programação do festival Palco Giratório.


Realmente não entendo o porquê de não ter ficado tão entusiasmado com essa peça. Talvez por ter chegado em cima da hora e ter pego uma cadeira na última fila, talvez pela peça ter sido só o começo de uma farrinha ótima onde acabei na Vila Madalena tomando um vinho sul-africano com uma mulher linda, mas, de qualquer modo, a já citada frieza e certa insipidez, talvez transmitida pelo ambiente hospitalar que a peça tenta criar não fizeram com que eu interagisse tanto com o espetáculo. Algumas piadas que até funcionam, duma ironia leve, também me afastaram, não sei, preferiria entrar na densidade do clima de assassinato e me afundar naquilo que poderia ser um thriller de suspense ou um Guignol, definitivamente não sei. O público desta coluna sabe que este autor prefere as coisas mais escrachadas. Mas afora tudo isso, vale a pena ir ver essa apresentação para comprovar que a companhia de 20 anos alcança sua maturidade em mais um espetáculo tecnicamente perfeito, onde os atores controlam os climas da peça com absoluta tranquilidade e domínio de cena. Com certeza, este é o ponto alto da peça, seus atores. No palco vê-se um entrosamento pouco comum, conseguido através da maturidade e experiência dos mesmos e de alguns anos de trabalho conjunto. Eles conduzem a platéia por entre uma narrativa permeada por vários tabus, com um trabalho de ator próximo ao minimalismo, com gestos comedidos, sem excessos na voz ou na dramatização da cena. Este viés garante que escapem do que seria o maior erro no tratamento desse texto, que seria deixá-lo cair no dramalhão da mãe que perde a filha. O equilíbrio neste caso, gera uma constante e um clima suave, que proporciona até a abertura de algumas partes do texto na direção da platéia, o que torna-se interessante por garantir um grau de confidência e empatia, principalmente com a figura do assassino. Em suma, é uma peça precisa, duma companhia experiente e que vale ser vista como exemplo do que se chama historicamente em teatro de “uma peça bem feita”.
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Serviço:

Espetáculo: 'Anatomia Frozen'
Local: No Teatro Apolo,
Datas: dias 29 (quinta) e 30 (sexta) de abril
Horario: 21h
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (estudantes)
* Doe 1kg de alimento não perecível e pague meia.
Válido para pagante de inteira.
Mais informações: 3232.2028/ 32322030

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Curta no Quarto às Quartas - por Alex Guterres

Eu não sou muito fã de entrar na onda das coqueluches do verão, então já que a febre de "Quem quer ser um milionário" já baixou, resolvi exibir esse documentário da cineasta carioca Raquel Valadares. A sinopse explica o filme e o filme explica o resto.

Para os novos e os antigos, mais uma edição do nosso cineclube virtual.

Hoje em cartaz: Corpo de Bollywood, o povo quer cinema.

Gênero: Documentário
Diretor: Raquel Valadares
Ano: 2008
Duração: 28 min
Cor: Colorido
Bitola: Mini-dv
País: Brasil
Local de Produção: RJ


Sinopse:

Corpo de Bollywood mostra como Cinema na Índia é a principal forma de entretenimento, Bollywood é o centro dessa cultura cinematográfica e desse empreendimento, é também um dos canais mais importantes de comunicação, mas sobretudo o elo comum de um povo bastante diversificado. Cinema, casa dos prazeres máxima da cultura indiana, mostra seu corpo, sua estrutura quando objeto do documentário. Entrevistas com: distribuidor Balkrishna Shroff, exibidor Umesh Mehra, produtor Mahesh Bhatt, diretor Indranil Chakravarty, empresário Devendra Joshi e jornalista Kunal Mishra, dentre vários espectadores.



terça-feira, 27 de abril de 2010

Música antes da Quarta - por Lorena Raia

MESA REDONDA: TURNÊS INDEPENDENTES NO BRASIL
COM ANDERSON FOCA



Dia 25/04/10 rolou no espaço N.A.V.E. uma mesa redonda sobre o tema: turnês independentes no Brasil. O convidado para nos passar tal conteúdo e experiência foi o Anderson Foca, produtor do DoSol, músico, empresário. Ele começou contando sua trajetória na música, de 1997 para cá. Enquanto ele falava, várias pessoas se identificavam com as fases pelas quais ele passou, inclusive essa que vos escreve. Logo depois começou com os pré-requisitos para se pensar em sair em turnê.

De início temos que colocar nossa visão na banda. Para começar, pense bem no estilo que está tocando, na música que está produzindo, como a banda deve se portar no palco. Muito ensaio e preparação. Isso é o mínimo. Hoje em dia, com tanto acesso às tecnologias e ferramentas de divulgação, uma banda tem que ter todo o seu pacote bem preparado. Seja site, blog, orkut, myspace. Todas as informações da banda têm que estar excelentes, claras e bem divulgadas.

Depois disso a banda tem que correr atrás de shows pela sua cidade, captar público, experimentar as músicas, testar a presença de palco. Tudo isso é possível em parceria com outras bandas. A coletividade está nisso. Juntando os pedaços para montar o espetáculo. Divulgar e divulgar. E o mais importante, se comunicar diretamente com o seu público, conhecer o seu público.

Tudo isso pra saber que as turnês são viáveis, sim. Mas pra isso a banda tem que entender que todo o lucro vai direto para os custos da turnê. Por exemplo, as turnês do Camarones Orquestra Guitarrística “se pagam”. De acordo com os shows agendados, a banda arrecada grana pra continuar circulando.

Você deve estar pensando: “Não ganho nada com isso?” Anderson Foca diz que não. “Hoje em dia não tem como o músico viver só como músico, ele tem que assumir alguma outra função na cadeia produtiva, seja produtor, técnico de som, roadie.” A banda em si ganha o suficiente para gerir as despesas e continuar conquistando mais e mais público.

Ainda em transição do esquema gravadora/mainstream para música independente de qualidade, parece que todos os profissionais da área estão se achando, menos o músico. Na verdade todo esse investimento em circulação e formação de público é o alicerce para a banda conseguir o tão sonhado retorno financeiro. A banda só vai ganhar dinheiro se tiver público pra pagar pelo seu show.

A tendência é que todas essas correrias das bandas, do circuito fora do eixo, dos coletivos, tragam uma cena totalmente nova e auto-sustentável. Onde os órgãos públicos apoiarão mais eventos fechados do que abertos, tornando os ingressos mais populares. E o público vai perceber que é a fonte direta de renda dos artistas. Se antes os músicos eram pagos pelas gravadoras e elas se viravam pra transformar a banda em um produto pra lucrar mais e mais, agora é a banda que tem que se divulgar e se projetar para o mercado para poder existir plenamente.

É isso aí! Vamos investir que o futuro é certo. Música democrática, com melhor qualidade, com menos massificação e mais poesia e informação. E viva a música!!!


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Saiba mais sobre Lorena Raia e sua banda Antiquarta:
www.myspace.com/antiquarta

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Segunda letra - Por Giovanna Guterres

Eu estava relendo Machado de Assis quando Amanda, minha filha, me deu de presente este livro. A viagem foi longa e surpreendente. Na capa um belo rosto de mulher madura, olhos lindos, boca perfeita, diria até de um semblante angelical que todos nem que seja uma vez sequer na vida não tenha visto na TV. Porém, eu já sabia que a atriz Maitê Proença tinha outras atividades que me atraiam bem mais. Eu já tinha lido crônicas escritas por ela na revista Época e sabia de seu programa no GNT, Saia Justa.
Quietinha, inserida no universo dos amores sofridos de Machado de Assis, passei a dar risadas lendo sobre o mesmo tema escrito ENTRE OSSOS E A ESCRITA.
Do trabalho de Maitê como atriz não tenho muito a dizer, não gosto de TV, mas em seus artigos vi que sua face angelical não era de cera. Questionadora a autora desnuda-se com irreverência, algo que faço em minhas poesias. Dores de amor, sexo, relacionamentos e solidão, filhos, são temas os quais fazem parte da minha vida e são sobre esses temas que escrevo.
Não deve ser por outro motivo que este, sendo o primeiro livro de Maitê Proença publicado em 2005 no Brasil e em Portugal, foi reeditado em 2008, é um livro muito bom.
ENTRE OSSOS E A ESCRITA de Maitê Proença, é um livro de crônicas de uma linguagem nada rebuscada, mas justamente por ser uma leitura de fácil compreensão, prende o leitor estimulando-o a avaliar suas convicções, num contexto mais leve e porque não dizer, descontraído.
Maitê escreve sem falsos pudores ou formalismo, tratando na primeira pessoa de assuntos muitas vezes não discutidos de forma tão aberta. Ela mescla suas crônicas abordando temas diversos que fazem parte do cotidiano feminino.
Do livro vê-se que há um direcionamento à mulher. Situações muitas vezes tristes, ela descreve de forma bizarra, o que é impossível não rir. Ao mesmo tempo o lirismo impera quando ela escreve sobre o amor, a saudade e a solidão, deixando uma sensação de que, o que ela pretende na verdade é passar ousadia e coragem para quem vivenciá-las.
ENTRE OSSOS E A ESCRITA, tem um gostinho de quero mais, e quem não tem o segundo livro dela, UMA VIDA INVENTADA, de vez em quando terá vontade de reler certos artigos deste, por querer ver escrito momentos os quais se identificaram ou se identificarão.

ENTRE OSSOS E A ESCRITA
Proença, Maitê
2ª Edição
Agir Editora Ltda.
2008
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Saiba mais sobre Giovanna Guterres em:

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Diversão & Arte

A coluna Diversão & Arte, tá aqui a partir de hoje para indicar algumas das diversas opções de noitadas, farras, baladas ou como queiram chamar.
Ta de bobeira? Escolhe aí, então!

A dica do cheff dessa semana é a banda Comando Delta Blues, que toca Hoje a noite no bar Casa da Moeda (Recife Antigo) às 21h!!


Sexta-feira - 23/04/2010


THE WAY WE RUN Converse The Way We Run reúne shows, exposições, exibições de vídeos simultaneamente em três cidades do Brasil: Recife, Curitiba e Rio de Janeiro. Aqui a programação será aberta na loja Avesso (Avenda Rui Barbosa, Graças), das 18h às 21h, com apresentação do DJ Dolores; customização de camisetas com os estilistas pernambucanos Andréa Tom e Cássio Bom fim; exposição de tênis assinados por nomes como Melk Z-Da, Aslan Cabral, Jaílson Marcos, Gilberto Bezerra (Estúdio Zero), Thaís Asfora (Madame Surtô). A partir das 22h, a festa continua na Noite Converse APR Club (Bairro do Recife). Gratuito (acesso mediante cadastro no site www.thewaywerun.com.br).

INFERNINHO E QUARTETO OLINDA Para dançar coladinho ou separado, as bandas Inferninho Samba Orquestra e o Quarteto Olinda se apresenta no Quintal do Lima (Rua do Lima, 100, Santo Amaro). A partir das 22h, com discotecagem do DJ Play. Ingressos a R$ 10

LA NOCHE LATINA O maestro Spok e a banda Alma Latina animam a noite na Nox (Av Eng Domingos Ferreira, 2422, Boa Viagem). Também se apresentam na La Noche Latina, os DJs Cuba, Alexandre Carvalho, Jox e VJ Limoni. A partir das 22h. Informações: 3325-5809

APR CLUB Mais APR CLUB (Rua do Apolo, 143, Bairro do Recife) com Siba (PE), Alessandra Leão (PE) e Ylana (PE). A partir das 22h. Ingressos a R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social). Informações: 3421-5380

Sábado - 24/04/2010


TANGHETTO O grupo porteño que é referência do tango eletrônico no mundo vem ao Recife lançar o álbum mas allá del sur. É a segunda visita da banda ao Brasil e primeira ao Recife. O shows acontece no Teatro da UFPE (Campus Universitário). A partir das 21h. Ingressos R$ 60 (plateia) e R$ 30 (meia/plateia), R$ 40 (balcão) e R$ 20 (meia/balcão).

ABRIU PRO OKKI Mais uma vez parodiando o Abril Pro Rock, a Virgulino Cachaçaria (Rua do Sol, 319, Carmo) promove o Abriu Pro Okki com DJ Mulatinho, Tiger, Guga Monteiro e Okki. A partir das 22h.

APR CLUB Mais APR Club (Rua do Apolo, 143, Bairro do Recife). A partir das 22h. Com Mundo Livre S/A (PE), Burro Morto (PB) e Camarones Orquestra Guitarristica (RN). Ingressos a R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social) Informações: 3421-5380

CHORINHO Continua temporada de chorinho no Estação Café (Rua Prudente de Morais, 440, Olinda). A partir das 19h. Sem couvert. Informações: 3429-7575

MAMULENGOS O reggae da banda Homem do Mato e o samba rock da Mamelungos no Quintal do Lima (Rua do Lima, 100, Santo Amaro). A partir das 22h. Ingressos a R$ 10. Informações: 8519.7207

CASA DA RABECA A Casa da Rabeca comemora seus oito anos com shows de Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Sintonia Pé de Serra, Cavalo Marinho Boi Matuto e a Família Salustiano e a Rabeca Encantada. A partir das 20h. Gratuito. Informações: 3371.8197

Domingo - 25/04/2010


LA GRECA JAZZ E ETC As bandas Dom Angelo Jazz Combo e Uptown Blues Band se apresentam no Museu Murillo La Greca (Rua Leonardo Bezerra Cavalcante, 366, Parnamirim). Também terá feirinha de artesanato e exposição. A partir das 16h. Gratuito. Informações: 3355-1774


MESTRE CAMARÃO O sanfoneiro Camarão que é patrimônio vivo de Pernambuco se apresenta no Forró de Arlindo (Av. Hildebrando de Vasconcelos, 2900, Dois Undios). Também sobem ao palco Eduardo Anízio e Banda Jaqueta de Couro, além do mestre Arlindo dos Oito Baixos. A partir das 16h. Ingressos a R$ 10. Informações: 3443-9147

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Teatro de Quinta - Por Sidmar Gianette

Neo-Futuristas na casca de noz

Foi por acaso, a partir de um tweet da Nonsense Society (http://twitter.com/nonsensesociety) que entrei em contato com a saga de Layka, a cadelinha russa no espaço e com os New York Neo-Futurists.

É claro que como você, eu também achei o vídeo fofo e engraçado, principalmente se você, como eu, também foi procurar os outros vídeos promo deste trabalho que conta a história da cadelinha Layka abandonada no espaço, à procura de seu cão (porque ela também quer um cão só para ela) e sua interação com as criaturas do espaço. Mas o que também me chamou a atenção foi descobrir que o Ontological Hysteric Theatre ainda vive, associado aos Neo-Futuristas. Para quem não sabe; este grupo, liderado por Richard Foreman, era um dos pilares daquela vanguarda que surgiu no off-off Broadway de NY nas décadas de 70 e 80, ao lado do LaMama, do Performance Group, do Open Theatre, do Bread and Puppet dentre tantos outros que o Gerald Thomas roubou. O teatro Ontológico-Histérico propunha espetáculos performáticos baseados na interação de linguagens e numa postura de derrisão chupada daqueles textos absurdistas de Beckett, Ionesco e Pinter. Ficou como um marco na história recente do teatro pela consolidação na mudança de paradigmas na linguagem teatral pós Living Theatre. O Teatro neste momento se afastava de seus dogmas, abrindo espaço para outras interações que possibilitassem a volta do diálogo com o público contemporâneo. E disso resultou uma adoção da impureza completa dos gêneros artísticos na obra teatral, graças à deus.

Porém, a terceira coisa que me chamou a atenção, além do vídeo ser fofo, além do Onthological Hysteric Theatre ainda existir, foi descobrir esse grupo de Nova Yorquinos fazendo teatro hoje. Os Neo-Futuristas existem desde 1995 em Chicago, mas só se mudaram para NY em 2004. Seu diretor é Greg Allen, e é influenciado desde as vanguardas dadá, surrealistas e futuristas; passando pelos experimentalismos da década de 60 e chegando a esse turbilhão de ideais políticos da cena dos anos 80. Seu primeiro espetáculo propunha apresentar 30 peças em 60 minutos, evidenciando certos ideais futuristas já citados, mas propondo interação com a platéia, e uma abordagem do ator pouco comum e muito útil. Não há diferenciação entre ator e personagem no seu trabalho. Você é no palco quem você é na vida, canta e dança como si mesmo, com sua própria voz, não há caracterização, cenário ou outro tipo de ilusão. As peças são narradas a partir da interação destes atores com os outros e com a platéia, propondo um espaço de discussão em que o mundo atual não é negligenciado, buscando, nas palavras do próprio Allen, “a criação de uma superconsciência de si mesmo e do outro”. O manifesto do Neo-Futurismo (é, isso existe) propõe essa abordagem a partir de quatro pontos: Você é quem você é; você está onde você está; você está fazendo o que está fazendo, e O tempo é agora. Talvez eu tenha ouvido Clash e Sex Pistols demais para ainda me sensibilizar com esse tipo de proposta, mas a naturalidade dos atores, o modo de criação onde todos são criadores, a abertura presente no grupo para que cada um dos componentes expresse seu trabalho, e o tipo de opinião político-social misturada com humor cínico e satírico deste grupelho de artistas me tornaram fã do trabalho. Um dos clipes de que mais gostei foi o de “Neo-Imaginarium”, totalmente singelo sobre pessoas que esperam o porvir, mas estão em dúvida se já chegou. Você pode acessar o site do grupo e ver a proposta completa e até se tornar colaborador e membro em: http://www.nynf.org

Dica de Teatro de Quinta

Betty Faria em “Shirley Valentine” dias 24 e 25 no Santa Isabel

Dica de Teatro mais legal

“Quase Sólidos”, da Trupe de Copas, fazendo ensaio aberto no Apolo esta sexta, estréia em 1º de Maio.

Todo blog tem (este também deve ter) um espaço para comentários. Leitores, seus comentários, críticas, elogios e sugestas são o pão que movem o colunista (fora algumas cervejas na conta de Alex). Comentem.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Música antes da quarta - Por Lorena Raia

COBERTURA ABRIL PRO ROCK 2010


1ª NOITE


O Abril pro rock parece ser mesmo predestinado ao pavilhão do centro de convenções, embora o espaço seja horrível para o som [péssima acústica], é ótimo para o clima do festival. A Astronave está de parabéns, shows dentro do horário, seguranças, ar-condicionado, tudo no lugar.

Com orçamento “enxuto”, Paulo André sintetizou o espaço do evento e entre outras coisas colocou os palcos lado a lado. Mesmo tamanho e estrutura. Isso foi lindo. Bandas novas tocando no mesmo palco de grandes nomes, como Ratos de porão, Varukers, Pato Fu e Afrika Bambaataa. E o público ganhou o conforto de ficar quase no mesmo lugar para ver os dois palcos. Fantástico.

A primeira noite começou bem com o Inner Demons Rise [PE], que mesmo com o pavilhão praticamente vazio, não se abalou e tocou um metal pesado de primeira. Depois foi a vez da Alkymenia [PE], que atraiu pela energia, ocasionando o primeiro pogo da noite. Os paulistas da The Mullet Monster Máfia fizeram um bom show mostrando seu Power surf music, que não agradou aos metaleiros, mas no geral foi muito bom.

A Claustrofobia [SP] foi uma das melhores bandas da noite. Som pesado, cheio de testosterona. O vocalista sintetizou bem quando disse que não tinha tempo pra falar e sim pra tocar. Fez a primeira aglomeração da noite e não decepcionou. Estavam começando os melhores shows da noite. A Terra Prima [PE] veio com o metal melódico influenciado por ritmos nordestinos. Não agradou a muitos. Talvez por ter vindo após o show da Claustrofobia, que detonou no Thrash/HardCore/Death Metal. Mas quem gosta do estilo curtiu o show e a ótima voz do vocalista, Daniel Pinho.

A Eminence [MG] mostrou um grande show. Presença de palco, energia, entrosamento, músicas bem construídas, encantou o público. Mais um ótimo show. A Agent Orange [EUA] trouxe o surf punk music, tudo junto e misturado num som cativante e forte. Homenagearam Sid Vicius, com a música “Too Young to Die” e fizeram um show bom, mas tivemos shows melhores.

O The Varukers [ING] realizou o sonho de muitos velhos punks que estavam por lá. Os punks da cidade correram pra frente do palco pra sacar toda a energia daquela banda histórica pro movimento. Chegou a vez da banda da noite. O Ratos de Porão [SP] simplesmente detonou. A roda punk estava insana, até um skin head com um extintor de incêndio rolou. A energia era tanta que os ingleses do Varukers estavam atrás do palco pogando. Foi fantástico!!

O Blaze Bayley tocou apenas para os metaleiros. E não foram poucos. Grande parte do público era dos metaleiros das antigas, com suas mulheres e estilo e cabelos grandes. Uma cena linda. Como há muito tempo não se via. E o Blaze não deixou por menos. Empolgou e interagiu com o público e fechou com chave de ouro a primeira noite do festival.



2ª NOITE


A segunda noite do evento começou com o Anjo Gabriel [PE]. Sinceramente não vi o porquê daquela banda no abril. Rock progressivo, setentista. O som da banda em si é bom, mas sem entrosamento, talvez progressivo demais. Em suma, não estavam preparados para um grande palco.

A Mini Box Lunar [AP] tem vários atrativos, duas meninas no vocal, estilo, carisma, presença de palco. O som é legal, ingênuo, mas precisam melhorar os arranjos vocais. Fechando isso vão crescer bastante. O Plástico Lunar [SE] tocou um rock’n roll legítimo, com um bom trabalho de guitarras e vocais. Som direto, sincero, mostrou que Sergipe tem coisa boa. Promissor.

O Bugs [RN] trouxe o rock’n roll garage, também com traços setentistas. Bom show. Depois foi a vez de Zeca Viana [PE], o multiartista trouxe uma banda completa, guitarra, baixo, teclado, até flauta trasnversa pra mostrar seu trabalho solo. Banda entrosada ou não, a música dele apresentou uma sonoridade bacana, diferente, algo que somou ao festival que vinha de estilos muito parecidos.

A Vendo 147 [BA] tem uma presença de palco fantástica, as duas bateras extravasam energia e sincronia. Nada sobra, nada falta e fica o rock do bom. Grande show. Nevilton [PR] é uma banda com ótima presença de palco, performance vibrante, entrosamento, bons arranjos. Tem de tudo pra dar certo, tirando a inocência das letras. O naipe dos caras não condiz com as letras infantis que falam de meninas e cerveja. Amadurecendo nisso vão ter o Brasil nas mãos, porque no palco eles arrasam.

A River Raid [PE] toca um rock gringo, agraciado com o vocal de Pompi, que simplesmente é o melhor do estilo no Brasil. Juntou gente para o show que foi pesado, intenso e puro rock. Show de bola. Melhor ainda se fosse em português. A Plastic Noir [CE] trouxe algo que eu nunca havia visto no Abril, o gótico eletrônico anos 80. Baixo clássico, vocal depeche mode, clima sombrio. Quem curti esse estilo gostou da banda.

Wado [AL] veio com um show totalmente diferente das outras bandas. Meio samba, meio funk, atual e misturado. Pontuou diferentes momentos entrosando o público do início ao fim.

O Instituto Mexicano Del Sonido [MEX] foi o “azarão” da noite. Ninguém esperava a energia, o swing e o talento desse grupo. Bastou começar a tocar para o público se aproximar do palco e dançar. Que volte mais vezes. Grande show.

O 3 na massa [PE/SP] agradou. E como não agradaria com tremendas beldades no vocal e com os melhores músicos do Brasil? Dengue confessou estar preocupado, pois o som da banda não era muito de festivais e sim de teatro, mas o charme, a sensualidade e a execução perfeita seduziu o público que ficou com gostinho de quero mais.

Apesar da programação divulgar que Afrika Bambaataa [EUA] fecharia, não foi isso que aconteceu. A banda subiu ao palco logo após a 3 na massa e foi ideal, porque a vibração casou. Um revival de músicas consagradas e estigantes colocou todo mundo pra dançar. Até “Tá dominado” rolou. E o público pernambucano, tendo um ótimo gosto pra música, se entregou ao hip-hop do grande mestre co-fundador dos DJ’s e MC’s. Memorável.

A noite fechou com o Pato Fu [MG]. Sem sombra de dúvidas o Pato Fu, tanto quanto o Ratos de Porão são bandas que namoraram com o Abril e vez ou outra tem um “rolo”. É sucesso na certa. Muita gente ficou até o fim pra ver a banda mostrar um repertório misturadíssimo e cheio de hits, a execução do rotomusic de liquidificapum foi impecável, e o carisma de Fernanda chega a ser estúpido. Gostamos tanto dela que não nos importamos em vê-la fazer papel da boba colocando orelinhas de coelho e óculos escuros. É um caso de amor e pronto.

O festival está de parabéns. Conseguiu um bom público nos dois dias [mesmo com a chuva do sábado], trouxe bandas novas, mas que estão circulando pelo país pelo circuito fora do eixo e trouxe nomes memoráveis como Varukers, Ratos de Porão, Pato Fu, 3 na massa, Afrika Bambaataa e Instituto Mexicano Del Sonido. Que venham mais 18 anos!!
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Saiba mais sobre Lorena Raia e sua banda Antiquarta:

www.myspace.com/antiquarta

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A segunda letra - Por Clara Arôxa

A partir de Hoje estréia a nova programação do nosso blog, agora com colunas diárias sobre as diversas vertentes artísticas.

De hoje em diante teremos as colunas:

Segunda - A segunda letra, com Clara Arôxa e Giordano Bruno ( Literatura)
Terça - Música antes da quarta, com Lorena Raia ( Música)
Quarta - Curta no quarto às quartas, com Alex Guterres ( Cinema)
Quinta - Teatro de Quinta, com Sydmar Gianetti ( Teatro)
Sexta - Diversão & Arte, Waston Ferreira e Cleber Amorim ( Notícias e eventos)
Sábado(quinzenalente) - Programa O Ciclo em Movimento


Divirtam-se e divulguem!
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Reportagens de alma e outras coisas.




Estuário – crônicas do Recife é um livro que reúne “reportagens da alma”, segundo o jornalista João Valadares. Samarone Lima, o autor, tem o dom de captar as entrelinhas do cotidiano, as doidices do dia e transformá-las em um texto corrido, cheio de identificações, por parte do leitor, com os lugares e os tipos recifenses. As histórias surgem dos personagens mais comuns: taxistas, cobradores de ônibus, boêmios do Mercado da Boa Vista, frequentadores do bar de seu Vital, no Poço da Panela e ganham uma poeticidade única. É possível sentir-se dentro da cena, acompanhar os detalhes, viver mais. A essência do livro caminha por esse sentido: viver para contar histórias.

Entre reflexões sobre o poste novo e encontros e desencontros típicos de cidades grandes, Samarone consegue nos transportar para um mundo que nem é tão longe assim. É do lado, só basta observar. Com um caderninho nas mãos, o também jornalista nos provoca sensações, é possível sentir o dissabor da cerveja quente em Coisas da Vida, a agonia da distância em Sobre amigos que partem e sentir aquele orgulho da cidade em Existências. E ao final do livro, reafirma a tese de que o ser humano é a invenção mais fantástica que existe.

A continuação das crônicas está no blog Estuário (http://www.estuario.com.br) e ainda há poemas em Que Meros Poemas (http://www.quemerospoemas.blogspot.com)

Samarone Lima é jornalista e escritor. Publicou os livros: Zé, Clamor, Estuário e Viagem ao Crepúsculo.
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Conheça mais sobre Clara Arôxa em:
http://www.versosdefalopio.blogspot.com/
http://www.aclarameninaclara.blogspot.com/

quarta-feira, 14 de abril de 2010

CQQ - O Retorno!

Todas às quartas O 4º Ciclo disponibilizará um curta nacional para exibição em nosso blog. É a volta do “CQQ - Curta no Quarto às Quartas”, Nosso cineclube virtual. Nosso objetivo é divulgar a produção de curtas nacionais, a fim de popularizar ainda mais o formato e gerar o debate sobre as produções.
Acompanhem nossas postagens semanais e , por favor, deixem suas impressões sobre o filme para que possamos debater. Fiquem à vontade também para sugerir títulos a serem exibidos e discutidos.

Aproveitamos o post para avisar que a nova programação do blog está saindo do forno.

Em breve teremos:

Segunda - Literatura
Terça - Música
Quarta - Cinema
Quinta - Teatro
Sexta - Diversão & arte
Sábado (quinzenalmente) - Programa O Ciclo em movimento

Fiquem peixe!

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Hoje em Cartaz - Xadrez da Cores

Gênero: Ficção
Diretor: Marco Schiavon
Elenco: Anselmo Vasconcellos, Mirian Pyres, Zezeh Barbosa
Ano: 2004
Duração: 22 min
Cor: Colorido
Bitola: 35mm
País: Brasil
Local de Produção: RJ



Sinopse:

Cida, uma mulher negra de quarenta anos, vai trabalhar para Maria, uma velha de oitenta anos, viúva e sem filhos, que é extremamente racista. A relação entre as duas mulheres começa tumultuada, com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra. Cida atura a tudo em silêncio, por precisar do dinheiro, até que decide se vingar através de um jogo de xadrez.