Visitas

terça-feira, 27 de abril de 2010

Música antes da Quarta - por Lorena Raia

MESA REDONDA: TURNÊS INDEPENDENTES NO BRASIL
COM ANDERSON FOCA



Dia 25/04/10 rolou no espaço N.A.V.E. uma mesa redonda sobre o tema: turnês independentes no Brasil. O convidado para nos passar tal conteúdo e experiência foi o Anderson Foca, produtor do DoSol, músico, empresário. Ele começou contando sua trajetória na música, de 1997 para cá. Enquanto ele falava, várias pessoas se identificavam com as fases pelas quais ele passou, inclusive essa que vos escreve. Logo depois começou com os pré-requisitos para se pensar em sair em turnê.

De início temos que colocar nossa visão na banda. Para começar, pense bem no estilo que está tocando, na música que está produzindo, como a banda deve se portar no palco. Muito ensaio e preparação. Isso é o mínimo. Hoje em dia, com tanto acesso às tecnologias e ferramentas de divulgação, uma banda tem que ter todo o seu pacote bem preparado. Seja site, blog, orkut, myspace. Todas as informações da banda têm que estar excelentes, claras e bem divulgadas.

Depois disso a banda tem que correr atrás de shows pela sua cidade, captar público, experimentar as músicas, testar a presença de palco. Tudo isso é possível em parceria com outras bandas. A coletividade está nisso. Juntando os pedaços para montar o espetáculo. Divulgar e divulgar. E o mais importante, se comunicar diretamente com o seu público, conhecer o seu público.

Tudo isso pra saber que as turnês são viáveis, sim. Mas pra isso a banda tem que entender que todo o lucro vai direto para os custos da turnê. Por exemplo, as turnês do Camarones Orquestra Guitarrística “se pagam”. De acordo com os shows agendados, a banda arrecada grana pra continuar circulando.

Você deve estar pensando: “Não ganho nada com isso?” Anderson Foca diz que não. “Hoje em dia não tem como o músico viver só como músico, ele tem que assumir alguma outra função na cadeia produtiva, seja produtor, técnico de som, roadie.” A banda em si ganha o suficiente para gerir as despesas e continuar conquistando mais e mais público.

Ainda em transição do esquema gravadora/mainstream para música independente de qualidade, parece que todos os profissionais da área estão se achando, menos o músico. Na verdade todo esse investimento em circulação e formação de público é o alicerce para a banda conseguir o tão sonhado retorno financeiro. A banda só vai ganhar dinheiro se tiver público pra pagar pelo seu show.

A tendência é que todas essas correrias das bandas, do circuito fora do eixo, dos coletivos, tragam uma cena totalmente nova e auto-sustentável. Onde os órgãos públicos apoiarão mais eventos fechados do que abertos, tornando os ingressos mais populares. E o público vai perceber que é a fonte direta de renda dos artistas. Se antes os músicos eram pagos pelas gravadoras e elas se viravam pra transformar a banda em um produto pra lucrar mais e mais, agora é a banda que tem que se divulgar e se projetar para o mercado para poder existir plenamente.

É isso aí! Vamos investir que o futuro é certo. Música democrática, com melhor qualidade, com menos massificação e mais poesia e informação. E viva a música!!!


___________________________________________________________________
Saiba mais sobre Lorena Raia e sua banda Antiquarta:
www.myspace.com/antiquarta

Nenhum comentário:

Postar um comentário